Metodologia para construção em áreas de difícil acesso e de interesse ambiental: aplicabilidade na Antártica e nas ilhas oceânicas brasileiras.
RESUMO
Em função das naturais dificuldades de implantação de edificações para apoio logístico das atividades científicas, de fiscalização e eventualmente, turísticas em áreas de difícil acesso e interesse ambiental, propõe-se uma metodologia específica para a criação dessa infra-estrutura, buscando essencialmente a minimização do impacto ambiental, a segurança física e psicológica do usuário, a adequação aos meios logísticos disponíveis e o atendimento às necessidades específicas.
Para o recorte do objeto, foram selecionadas cinco situações de projetos em ilhas oceânicas – Refúgio Emílio Goeldi (Antártica); Estação Científica Rebio Rocas (Atol das Rocas), Estação TAMAR (Ilha da Trindade); infraestrutura no PARNAMAR de Fernando de Noronha e Estação Científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo –, por as mesmas reunirem as condições de isolamento, carência e/ou ausência de infraestrutura de apoio em terra e a necessidade de buscarem o máximo de autonomia em função da natural distância dos centros urbanos do continente.
A metodologia é apresentada concomitante aos resultados obtidos nas diversas aplicações, enfatizando em todo o processo a busca de equilíbrio entre o objeto construído e o ambiente natural. Está alicerçada em quatro estágios básicos:
Etapa I – Reconhecimento: revisão bibliográfica, caracterização preliminar dos condicionantes, atividades de campo, caracterização e quantificação de usuários e identificação dos condicionantes logísticos;
Etapa II – Projeto: ensaio projetual, avaliação dos estudos (funcionalidade, impacto ambiental, conforto e eficiência energética, manutenção e adequabilidade logística), aprimoramentos e desenho individual das peças;
Etapa III – Construção: confecção das peças, montagem (testes e ajustes), desmonte, numeração e embalagem, transporte, montagem definitiva e avaliação dos resultados (adequabilidade técnica e logística, impacto de construção, recursos humanos e tempo disponíveis, resultado final);
Etapa IV – Avaliação: elaboração de manuais para usuários e gerentes, monitoramento de uso e resultados (Avaliação Pós-Ocupação) e avaliação dos resultados finais.
Data: 2003