Metodologia para monitoramento paisagístico na ASMA da Baía do Almirantado: estudo de caso na Península Keller

INTRODUÇÃO

A Admiralty Bay Antarctic Specially Managed (ASMA) também conhecida como Área Antártica Especialmente Gerenciada (AAEG) da Baía do Almirantado foi criada com o intuito de evitar e minimizar os impactos ambientais, intensificar a assistência e a cooperação entre os países que operam na baía do Almirantado e proteger importantes características ambientais e históricas da região. Assim, visando a proteção ao patrimônio natural e cultural da região, o Brasil e a Polônia propuseram a criação dessa primeira AAEG, elaborando um Plano de Gerenciamento para a mesma (ARIGONY NETO et al., 2002).

Além de ser uma área de inquestionável valor para a ciência e para o meio ambiente, por ser tratar da primeira AAEG da região Antártica, a ocupação da Baía do Almirantado exige cuidados especiais, considerando também a provável replicabilidade dos métodos de monitoramento propostos para aplicação em outras áreas da região Antártica. Nesse sentido, a questão do valor da paisagem assume vital importância, especialmente pela dificuldade em estabelecer procedimentos de análise e de critérios de valoração. Assim, desenvolveu-se uma metodologia para monitoramento paisagístico da Baia do Almirantado visando a posterior avaliação dos impactos causados pela ocupação humana no local, sendo o teste metodológico, para verificação da aplicabilidade e exequibilidade realizado na Península Keller, onde se localiza a Estação Antártica Comandante Ferraz.

A escolha da Península Keller como local inicial se justifica pelos seguintes aspectos: 1. Pela adoção do conceito de Carneiro (2006) em que “a paisagem resulta de uma combinação dinâmica de elementos físicos, biológicos e humanos, que combinados entre si, fazem um conjunto único e inseparável” e sendo a Península uma porção geográfica perfeitamente definida, entende-se atendido o sentido de unidade; 2. Por conter áreas preservadas e áreas impactadas, bem como elementos relacionados ao patrimônio cultural; 3. Por ser o local de concentração de maior parte das instalações brasileiras permitindo ainda a criação de um banco de imagens georreferenciadas classificada como “marco zero” das futuras avaliações de impacto.

Destaca-se ainda que os resultados apresentados nesse artigo referem-se à continuidade das investigações realizadas por Penteado e Alvarez, cujos resultados preliminares foram publicados na XVII RAPAL em 2006.

Data: 2010

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