Conceitos e critérios adotados para o Plano Diretor da Estação Antártica Comandante Ferraz

RESUMO

Ao longo dos 21 anos de ocupação brasileira na Península Keller, Baía do Almirantado, as edificações/instalações brasileiras de apoio à pesquisa foram objeto de contínuas ampliações e melhorias em prol dos usuários. Esse processo trouxe consigo algumas conseqüências, tanto de ordem ambiental impactos nos meios terrestre, marinho, atmosférico e na paisagem, como de ordem logística, tais como altos investimentos - financeiros e humanos -, para a manutenção das edificações. Entretanto, mesmo sem um planejamento adequado, o nível de conforto alcançado para os usuários e a atenção dada ao tratamento dos resíduos gerados pelo uso da Estação são aspectos de inquestionável valor e que permanecem como diretrizes elementares no desenvolvimento dos estudos para o Plano Diretor da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).

A metodologia de elaboração do Plano abrangeu etapas de diagnóstico (realização de avaliações constantes, junto aos usuários e aos responsáveis pela logística de construção e de manutenção das edificações), de avaliações técnicas (relatórios técnicos detalhados por ambientes), de medições específicas (à exemplo dos níveis de pressão sonora), e de dados obtidos junto aos demais projetos de pesquisa executados na EACF. Concomitante à elaboração do diagnóstico, foram realizadas propostas de rearranjo dos compartimentos e de criação de outros, prevendo-se ações para um período de 10 anos. Através de reuniões sistemáticas com os diversos atores envolvidos e de novos resultados oriundos não só do monitoramento como também de uma maior amostragem dos diagnósticos realizados, essas propostas foram aprimoradas, culminando na aprovação do arranjo final, designado Layout do Plano Diretor e do planejamento de etapas de realização.

Dentre os principais critérios adotados para o Plano Diretor, destacam-se: 1. manutenção do número de usuários, em função do Zoneamento Ambiental de Uso, desenvolvido especialmente para a identificação do potencial de crescimento da Estação; 2. redução do perímetro da superfície metálica exposta às intempéries, com a conseqüente redução da área que normalmente sofria tratamento anticorrosão; 3. ampliação das áreas de uso efetivo através do aproveitamento dos espaços intersticiais entre módulos, ressaltando que tal medida também auxilia na otimização energética através da diminuição da perda de calor por radiação pelas paredes em contato com o ambiente externo; 4. ordenamento das atividades em função dos usos e do zoneamento acústico, com especial atenção ao posicionamento dos ambientes vinculados a atividades silenciosas, tais como camarotes, biblioteca e laboratórios; 5. Validade do plano para 10 (dez) anos, com previsão de revisões periódicas; 6. hierarquização igualitária para os ambientes privativos e de trabalho dos usuários em geral; 7. concentração de todas as alterações nas áreas já impactadas pela presença da EACF; e 8. redução do impacto na paisagem defronte à Estação pela criação de espaço adequado para guarda de veículos e depósito de materiais.

Data: 2005

Anexo(s): 
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910