Metodologia trans-disciplinar para a definição das trilhas da Península Keller. Proposta de delineamento de percursos para uma Área Antártica Especialmente Gerenciada

RESUMO

Keller está inserida na Área Antártica Especialmente Gerenciada da Baia do Amirantado e caracteriza-se por sua paisagem exuberante e forte potencial científico, aspectos que justificam a necessidade de implementação das trilhas de uso em atividades científicas, recreativas e logísticas. Tendo em vista que o único conjunto edificado da Península Keller é a Estação Antártica Comandante Ferraz, seus usuários representam o principal público alvo deste trabalho. Considerando ainda os aspectos logísticos necessidade de apoio nas edificações isoladas, rotina de deslocamentos motorizados ou não, cabos, dutos e fios com origem em Ferraz e fainas de abastecimento da Estação as trilhas objetivam, também, o ordenamento do trânsito e a clara definição de regras de conduta e procedimentos, permitindo deslocamentos necessários sem que ocorram danos significativos ao ambiente.

A metodologia adotada contempla aspectos relacionados à preservação ambiental, possibilidade recreativa, educação ambiental e apoio logístico. Para a definição dos critérios de intervenção, foi feita a leitura ambiental dos percursos e utilizados dados a partir dos estudos com aves, solos, geologia, comunidades vegetais e paisagismo. Definiu-se como diretriz conceitual a busca pela menor interferência na paisagem natural, recomendando-se a demarcação física das trilhas com uso, preferencialmente, de material originário da própria área. Deverão ser demarcadas somente as áreas de bifurcações ou de dificuldade de orientação para o transeunte comum, sendo também propostas placas sinalizadoras e informativas para implantação em locais especiais, além da elaboração de folders com informações complementares. Para a definição das trilhas foram utilizadas imagens aéreas, demarcação de pontos referenciais com GPS e fotografias pontuais correlacionadas, associadas aos percursos já estabelecidos pelo uso.

A metodologia proposta parte do princípio básico da leitura transdisciplinhar do ambiente, sendo os projetos de infra-estrutura desenvolvidos em função da identificação de problemas e potencialidades pontuais. O método prevê, ainda, a categorização das trilhas de acordo com os níveis de dificuldade de seu recorrido, tipo de uso e impacto previsto, sendo para a Península Keller classificados em cotidiano, eventual, científico/logístico e esportivo.

Data: 2005

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