Ilhas Oceânicas
O que são as Ilhas Oceânicas?
Ilhas oceânicas são ilhas situadas em oceano profundo e que no Brasil são compostas por: Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Ilha da Trindade e Arquipélago de Martim Vaz (MOHR et al., 2009). São áreas distantes da costa brasileira em centenas de quilômetros e que também por isso requerem cuidados adicionais no momento do planejamento e construção de edifícios em seu território (ALVAREZ, 2003). Além do longo trajeto a ser percorrido para se chegar nelas, são distantes de centros urbanos e de locais de fabricação e venda de materiais e componentes de construção.
Possuem fauna e flora frágeis, podendo as intervenções e atividades nesses locais resultar em impactos ambientais significativos (ALVAREZ, 2003). Algumas das 31 ilhas citadas são classificadas como Unidades de Conservação, UCs, (MOHR et al., 2009), e atualmente possuem planos de manejo com zonas que regem o que, como e onde pode ser realizado. Suas características climáticas são agressivas, principalmente para componentes e materiais de construção que permanecem em áreas externas ou em fachadas de edificações, apresentando:
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Elevadas temperaturas e umidade do ar.
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Alta incidência solar, principalmente para as ilhas localizadas próximas à linha do Equador.
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Exposição permanente à névoa salina (maresia).
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Interferência de animais, como caranguejos e aves.
Estações científicas nas Ilhas Oceânicas
As estações científicas em ilhas oceânicas são edificações projetados para dar apoio às atividades de pesquisa e abrigo aos profissionais oriundos de todo o Brasil e, eventualmente, do exterior. De modo geral as estações científicas construídas em ilhas oceânicas brasileiras possuem programa de necessidades semelhantes, havendo diferenças entre elas apenas na quantidade de determinados ambientes e no acréscimo ou eliminação de algum outro espaço. São projetadas para atender confortavelmente de 4 a 6 pessoas que, de modo geral, permanecem no local por duas ou quatro semanas, sendo então substituídos pelo grupo seguinte, em um esquema de rodízio. Entretanto, em períodos de manutenção preventiva e corretiva das estações esse número pode aumentar consideravelmente, uma vez que chegam equipes ligadas à Marinha do Brasil ou ao IBAMA, por exemplo. Em algumas situações, a equipe de manutenção pode necessitar permanecer por muitos dias, chegando a dobrar ou até mesmo quadruplicar a população da estação.
Tanto no Atol das Rocas, como no Arquipélago de São Pedro e São Paulo já foram construídas 2 estações. Já na Ilha de Trindade foi edificada somente uma, nesse caso já existiam no local instalações militares que eventualmente serviam de base de apoio aos cientistas antes da construção da Estação. As estações científicas citadas foram projetadas sob os princípios da sustentabilidade, tendo sido adotadas soluções nesse sentido especialmente para os aspectos relacionados ao conforto, à estrutura e ao sistema elétrico, considerando não somente a etapa de construção, mas a de uso/operação e posterior demolição (ALVAREZ, 2003; WOELFFEL; ALVAREZ, 2010). Como exemplo de soluções empregadas em quase todas as estações já construídas pode-se citar o emprego de estratégias bioclimáticas; de estruturas, vedações e cobertura desmontáveis e reaproveitáveis (o que possibilita a retirada parcial ou total da construção gerando o mínimo de resíduos); o abastecimento de energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas; e o uso de 35 dessalinizador de água, quando necessário.