Palafitas Alternativas em Bambu

RESUMO

A ocupação de áreas de interesse ambiental, como manguezais, passa necessariamente pelo processo de exclusão, sendo normalmente a solução adotada pelo poder público a relocação dos usuários, impedindo a sua permanência no ambiente natural. Nos atuais moldes de ocupação há um desrespeito com o meio, agredido por meio de intervenções antrópicas e, com o usuário, destituído de condições mínimas de permanência. Desta forma, questiona-se se a problemática para ocupar áreas de mangue está na tipologia das palafitas ou no processo de ocupação instaurado. Dentro desse contexto, desenvolveu-se junto ao Laboratório de Planejamento e Projetos da Universidade Federal do Espírito Santo e a FACITEC (Fundo de Apoio à Ciência e Tecnologia do Município de Vitória), um modelo de habitação popular para essas áreas, trabalhado sob um novo enfoque tecnológico, utilizando materiais alternativos e/ou reciclados (painéis de pó-de-serra de madeira mesclada com garrafa pet), aproveitamento de resíduos (embalagens de caixa de leite na elaboração da cobertura), e materiais de baixo custo ambiental (bambu e madeira de reflorestamento), de forma a minimizar os impactos causados ao meio. Busca-se ainda a recuperação da tipologia de palafitas, revalorizando sua presença marcante na paisagem do mangue e de suas comunidades. Embora o produto final seja o projeto arquitetônico do modelo habitacional proposto, seu objetivo maior é a demonstração da possibilidade de ocupação equilibrada, onde o homem interage com o lugar, mesmo num ambiente de indiscutível fragilidade, como é o caso do mangue.

Data: 2003

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