A influência da envoltória no consumo energético em edifícios comerciais artificialmente climatizados na cidade de Vitória-ES

RESUMO

O desdobramento das cidades motivou a proposição de edificações cada vez mais verticalizadas, a fim de suprir as demandas do adensamento urbano. Ao longo do tempo, o desenvolvimento vertical esteve atrelado a novas tecnologias que, inicialmente convieram para que o arquiteto tivesse mais liberdade projetual. No entanto, a possibilidade de reproduzir modelos referenciados em um estilo moderno e internacional, fez com que alguns profissionais negligenciassem a estreita relação entre a arquitetura e o meio em que se insere, deixando a cargo dos sistemas artificiais, a garantia de conforto térmico para os usuários. O novo cenário energético, entretanto trouxe uma reflexão acerca da elevada demanda de consumo desse bem nas edificações, culminando em discussões, estudos e desenvolvimento de nova realidade, pautada nos conceitos de eficiência energética.

É dentro dessa perspectiva que esta pesquisa se insere. Tem-se, por objetivo, identificar como e quanto algumas estratégias arquitetônicas aplicáveis à envoltória e inseridas no contexto climático da cidade de Vitória-ES, podem influenciar no consumo energético de edifícios comerciais, verticalizados e condicionados artificialmente. Como metodologia, foram propostos 108 modelos parametrizados combinando valores para cinco variáveis investigadas, que são: orientação, percentual de abertura na fachada, fator solar, existência de proteção solar e absortância das superfícies opacas. Esses edifícios foram modelados segundo um edifício de referência, para que todas as outras variáveis fossem controladas.

A análise, feita com base no consumo energético final, foi estabelecida de duas formas: a primeira contou com a classificação dos modelos que alcançaram o nível de eficiência A, através do procedimento estabelecido pelo RTQ-C (Regulamento Técnico de Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviço e Públicos); já a segunda contempla a análise da influência geral e individual de cada variável, bem como o potencial de incremento e redução do dispêndio energético de cada uma. Como resultado, verificou-se que a alteração das variáveis investigadas levou a uma redução de até 27,88% no consumo final para o modelo proposto. Os testes investigativos sugerem um potencial ainda maior de economia frente à utilização de brises mais adequados e indicam a relevância do controle de iluminação em alguns casos.

Data: 2012

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